sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A mulher dourada

Com 7,04 metros, Maurren Maggi em seu primeiro salto não precisava fazer absolutamente mais nada, só teve que esperar suas adversárias serem eliminadas uma a uma para assegurar o ouro.

Foi uma competição fantástica, o único momento de tensão foi o último salto da prova, realizado pela russa Lebedeva, que parecia ter alcançado o incrível marca de Maggi, porém após alguns segundos de medo, saiu a confirmação oficial, e por um centímetro a russa não alcançou a brasileira, fez 7,03 metros, para a alegria do Brasil, para a alegria de Maurren ao dar a volta por cima depois de um problema com doping que a afastou da Olimpíada de Atenas.

Maurren Maggi entrou para a história com esta brilhante conquista da medalha de ouro, pois, foi a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha dourada em esportes individuais, foi a primeira mulher no atletismo a conquistar uma medalha de ouro e recolocou o atletismo brasileiro no pódio depois de 24 anos, o último a subir no lugar mais alto do pódio tinha sido Joaquim Cruz nos 800m.

A segunda medalha de ouro brasileira nas Olimpíadas de Pequim apareceu na hora certa, depois de muitos fracassos, e tomará que sirva de inspiração para o vôlei masculino e feminino, que estão na final olímpica, na maratona, no taekwondo e alguma outra modalidade que tenha algum brasileiro nesses momentos finais das Olimpíadas.

Para presentear o bom momento atravessado por Maurren Maggi , o Comitê Olímpico Brasileiro convidou a atleta para ser a porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim. (FABRICE COFFRINI/AFP)

Nada além da obrigação

A seleção brasileira de futebol masculino, ainda abalada após a derrota para a Argentina nas semifinais, acabou conquistando a medalha de bronze em um jogo sem muita importância com a Bélgica, por 3 x 0.

Com um time um pouco diferente do da derrota para a Argentina, com Ramires, no lugar de Lucas suspenso, e de Jô, no lugar de Rafael Sobis, o Brasil cadenciou o jogo e não deu muitas chances para o time belga. Diego, aos 27’, e Jô, aos 45’, marcaram os gol do primeiro tempo.

Na etapa complementar o Brasil pouco fez, e chegou ao terceiro gol apenas aos 47’, mais uma vez, com o atacante Jô, em uma bela arrancada do meio campo.

Com o bronze, o Brasil conquistou sua quarta medalha no futebol masculino. Em 1984 e 1988, a seleção brasileira perdeu a final e ficou com a prata. Em 1996, o time conseguiu o bronze também, após a derrota traumática frente a Nigéria nas semifinais, e a vitória de 4 x 1 em cima de Portugal.

A decisão do futebol entre Argentina e Nigéria será no sábado, à 1h, primeira partida de futebol das Olimpíadas no estádio Ninho do Pássaro. Uma reedição da final de 1996, onde os camaroneses se deram melhor. Porém, os hermanos são os atuais campeões olímpicos na modalidade e buscam o bicampeonato.

A entrega das medalhas será somente depois da decisão. Diferentemente de 1996, quando o Brasil subiu ao pódio sozinho para receber o bronze, logo depois do final da partida de disputa de terceiro lugar.

A era Dunga pode estar chegando ao fim, pois mesmo sendo criticado muito antes do inicio das Olimpíadas, o técnico teria em Pequim a chance de ganhar confiança a frente da seleção, no entanto, com apenas a medalha de bronze, o treinador pode dar adeus assim que chegar ao Brasil. (Foto: AFP e Reuters)

O Brasil que tirou o ouro do Brasil

No vôlei de praia o Brasil sempre apresenta duplas fortíssimas, que chegam com muita força para lutar por medalhas. No vôlei de praia feminino, as duplas brasileiras não deram sorte e tiveram ao seu caminho as norte-americanas praticamente imbatíveis Walsh e May, que conquistaram o ouro com grande facilidade sem perder um set sequer.

Já no masculino, as duplas brasileiras faziam uma boa Olimpíada, até se encontrarem nas semifinais. Os campeões olímpicos de Atenas e favoritos a conquista do bicampeonato em Pequim, Emanuel e Ricardo, não estavam em um dia bom, foram irreconhecíveis em quadra e acabaram sendo derrotados por 2 sets a 0, para Marcio e Fabio Luiz, que não convenciam muito.

Com muita sede de vitória, Emanuel e Ricardo, voltaram a jogar bem na disputa pelo terceiro lugar e venceram fácil, sem dar nenhuma chance, a dupla de brasileiros naturalizados georgianos, Renatão e Jorge, por 2 sets a 0, conquistando o bronze com muita alegria.

Para Marcio e Fabio Luiz pesou a falta de experiência em Olimpíadas, e os dois acabaram sentindo a grandeza de uma final olímpica, e assim não fizeram uma boa atuação. No primeiro set abriram uma vantagem de 6 pontos, porém, permitiram a reação dos norte-americanos, Rogers e Dalhausser, e tomaram a virada com a parcial de 23 a 21.


No segundo set, os brasileiros conseguiram se impor e conseguiram o empate, vencendo por 21 a 17. No tie-break os americanos foram impecáveis, com um saque forte e um paredão constituído por Dalhaousser, passaou um enorme nervosismo para o lado verde-amarelo.Dalhaousser fechou a rede, fez cinco bloqueios seguidos e o ponto de ouro não poderia ser diferente do que um novo bloqueio do gigante americano, fechando o tié-break pelo placar incomum de 15 a 4.

Sem desmerecer a brilhante prata de Fabio Luiz e Márcio, o ouro acabou sendo decidido nas semifinais, pois Emanuel e Ricardo estavam muito mais preparados psicologicamente para uma final olímpica, por conta de um dia ruim acabaram sendo eliminados, e tiveram tempo de se recuperar ainda, e conquistar o bronze. (Fotos: Reuters)